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segunda-feira, 24 de março de 2025

A conformidade e suas cormobidades

                               




SAÚDE TOTAL


CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA


                                          A CONFORMIDADE E SUAS CORMOBIDADES

Querendo ou não temos que admitir: a pressão que determinado grupo pode exercer sobre a gente, para que nos alinhemos aos seus reclamos, é bastante relevante.

Segundo Elliot Aaron e Joshua Aaron (2023), as idades entre 10 a 25 anos, são mais propensas a cederem mais fácil às pressões de um grupo, porque ainda o sistema de autocontrole do cérebro, responsável pelo planejamento, pensamento sobre o futuro e avaliação de risco, ainda não está totalmente desenvolvido. Por isso, seres desta idade, se envolvem em tantas situações de risco, porque acreditam que são excitantes os momentos desafiadores, e não perigosos.

Também, se o indivíduo tiver baixa autoestima, certamente irá aceitar com mais facilidade o que o grupo que o pressiona irá lhe ofertar, sinalizando para nós que um efetivo preparo afetivo é de grande valia desde a tenra idade.

Por isso é tão importante uma educação pautada na afetividade, diálogo e muita interação social sadia, pois formamos nossas ideias, consequentemente nossas ações, tendo como parâmetro o grupo social com o qual estamos inseridos.

Um exemplo é percebermos o quanto nas grandes cidades o índice de gentileza é muito mais baixo que nas cidades interioranas. Não é preciso explicar o porquê deste fenômeno não é mesmo? As metrópoles estão apinhadas de pessoas correndo de um lado para o outro apenas existindo, sem sentido para a vida, a não ser o ganho para se manter o mais confortável possível na selva de pedra em que estão.

Alguns estudos apontam para o fato de que uma ajuda – como quando alguém se acidenta, ou está em apuros por causa de alguma crise ou assalto - é mais fácil de ser conseguida em cidades menores, pois o ritmo de vida é mais lento e há menos demandas de atenção dos transeuntes. Neste caso e no caso da gentileza são as centenas de distrações das cidades grandes que nos levam a sermos mais reificados, portanto, menos propensos a exercer efetivamente nossa humanidade.

Também tem o fato de que se você vir uma situação em que alguém está em apuros, mas perceber que as pessoas ao redor não estão se importando, pode pensar que se ninguém está ajudando é porque não deve ser tão grave assim e, como eles, passar de largo.

Todos estes ditos nos levam a pensar em que devemos nos ater para não perdermos a faceta de sensibilidade necessária para construirmos um mundo mais humano.

Vamos seguir ponderando...

Um forte abraço para você!

 

 

Referência:

AARON, Elliot e AARON, Joshua. O animal social. Trad. Marcelo Borges. São Paulo: 2023.

Instagram: eduardo_baunilha_psicanalista

segunda-feira, 17 de março de 2025

A biologia da conformidade

                        




SAÚDE TOTAL


CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA


                                          A BIOLOGIA DA CONFORMIDADE

É inacreditável como nosso cérebro trabalha incansavelmente para que nos acheguemos a outros humanos. Realmente fomos criados para a conexão. Você já percebeu que começamos a copiar os outros quando ainda somos muito pequenos? Isso acontece para que a ligação entre as pessoas possa se efetivar, dando-nos uma sensação de segurança oriunda da sensação de comunidade.

Também uma pressão real acontece conosco quando estamos em contato com o outro. Pressão esta que pode ser imaginária também. Este mecanismo é chamado de conformidade. Nosso comportamento ou, até mesmo nossas opiniões são alteradas em função do outro.

Tal comportamento é comum entre os animais, mas por incrível que possa parecer, nós, seres humanos, somos excepcionalmente propensos a esta ação. Neurocientistas atribuem esta façanha aos neurônios-espelho, células que são especialistas em realizar ações quando vemos outras pessoas realizando as mesmas atitudes.

Uma das principais funções dos neurônios-espelho é facilitar o aprendizado social, que é um processo que é conferido a nós por meio da observação. Mas isso tudo acontece praticamente de forma inconsciente.

O que pode ser preocupante é o fato de que a pressão da opinião do grupo pode imperar em alguns contextos, mesmo não sendo algo tão valorativo assim, por medo do não pertencimento que nos encerra. E por que acontece isso?

Porque não concordar com nossos pares, significa ativar a amígdala cerebral justamente onde se processa a dor e o medo, fazendo sentir então a rejeição social. Um fantasma que não queremos encontrar justamente por causa de nosso carecimento de conexão. Assim sendo, nossa necessidade de ter razão conflita com nossa necessidade de pertencimento, causando-nos angústia.

Elliot e Joshua Aaron explicam que “ao mesmo tempo, em muitas situações nós nos alinhamos com o comportamento dos outros porque, quando a realidade física se torna cada vez mais incerta, as pessoas confiam mais e mais na “realidade social (AARON E AARON, 2023, p. 141)”.

Diante desta situação algumas perguntas podem surgir, tais como: o que devo fazer então? Com quais pessoas devo me relacionar? Em quais grupos posso ter meu nome impresso?

E sigamos pensando...

Um grande abraço para você!

 

Referência:

AARON, Elliot e AARON, Joshua. O animal social. Trad. Marcelo Borges. São Paulo: 2023.

Instagram: eduardo_baunilha_psicanalista

A conformidade e suas cormobidades

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