domingo, 21 de maio de 2023

Convivências

              



SAÚDE TOTAL

CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA

Convivências

Uma tarefa hercúlea é buscar entender a nós mesmos. Se tal façanha é dificultosa, imagina buscar entender os outros.

Mas a realidade é que temos que conviver, tanto conosco mesmos quanto com os outros, então, precisamos encontrar meios para isso.

Um dos caminhos é entrar no modo questionamento. Perguntar a nós mesmos sobre o que realmente está por trás de nossas atitudes e das ações dos outros pode nos ajudar a cumprir nosso dever social sem muitos traumas.

É óbvio que no percurso da vida teremos frustrações, decepções e nos entristeceremos muito com o outro. Todavia o que não devemos perder de vista é que não são as coisas e as pessoas que nos deixam aborrecidos, frustrados, enraivecidos, mas, sim, as suposições que fazemos e o que dizemos a nós mesmos diante dessas situações.

Por exemplo: imagine que convidou um amigo ou uma amiga para ir à praia e no dia ele ou ela não apareceu. Obviamente que, num primeiro momento, você vai ficar um pouco desapontado(a) e muitos pensamentos surgirão: puxa vida, sabia que não dava para confiar nesta pessoa; realmente está muito difícil ter amigos hoje em dia, ou coisas do tipo: não tem coragem nem de avisar.

Mas quando algumas horas depois recebemos um telefonema de um ente querido da pessoa que deveria estar comigo, me dizendo que houve um acidente e a pessoa teve que ser levada às pressas para o hospital, entendo que toda energia gasta para pensar em tantas coisas negativas foi em vão, servindo apenas para me desestabilizar. O que me faltou então? Questionar, antes de me envolver em pensamentos intrusivos negativos.

Shakespeare, em Hamlet, escreveu: “Não há nada de bom ou mau, é o pensamento que os torna assim”. É claro que podemos refutar a proposição shakespeariana, mas acredito que se ela for vista de maneira mais arguta, podemos cotejá-la com uma frase ainda mais popular que diz: “se a vida lhe der limões, faça uma limonada”.

Deste cotejo poderemos depreender a seguinte verdade: não é fácil lidar com o outro, até porque não é fácil lidar conosco mesmo, mas se nos fixarmos no melhor que cada um pode proporcionar, certamente teremos uma convivência mais possível de ser vivida, consequentemente, mais leve.

Não existe ninguém perfeito, nós também não somos. Todos erram, assim como nós. Mas a grande sacada é entendermos que existe vivências significativas. São aquelas que conseguem projetar um estar com o outro para além das dificuldades que esta vivência pode nos proporcionar.

Um fortíssimo abraço para você!

 

Instagram: baunilha45 e s48m7

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