Morre o poeta amazonense Thiago de Mello, aos 95 anos
O poeta, vivia há décadas em Barreirinhas, no Amazonas, em uma casa-palafita projetada pelo arquiteto Lúcio Costa, um dos criadores de Brasília. Além de toda a obra, Thiago se celebrizou internacionalmente por “Faz escuro mas eu canto”, trecho de seu poema “Madrugada camponesa”, e, recebeu um dos prêmios Casa de las Américas, em Cuba.
Em setembro do ano passado, a 34º Bienal de São Paulo homenageou Thiago de Mello. O verso que inspirou a bienal, “Faz escuro mas eu canto”, é parte do poema Madrugada Camponesa.
Tem obras traduzidas para mais de trinta idiomas. Preso durante a ditadura (1964-1985), exilou-se no Chile, encontrando em Pablo Neruda um amigo e colaborador.
No exílio, morou na Argentina, Chile, Portugal, França, Alema
Seu poema mais conhecido é Os Estatutos do Homem, onde o poeta chama a atenção do leitor para os valores simples da natureza humana. A sua poesia escrita foi Poesia Comprometida com a Minha e a Tua Vida que rendeu-lhe, em 1975, ainda durante o regime militar,um prêmio concedido pela Associação Paulista dos Críticos de Arte e tornou-o conhecido internacionalmente como um intelectual engajado na luta pelos Direitos Humanos.
Em homenagem aos seus 80 anos, completados em 2006, foi lançado pela Karmim o CD comemorativo A Criação do Mundo, contendo poemas que o autor produziu nos últimos 56 anos, declamados por ele próprio e musicados por seu irmão mais novo, Gaudêncio.
A morte do poeta, tradutor e ensaísta amazonense Thiago de Mello, que faleceu de causas naturais na manhã desta sexta-feira (14/01;2022), aos 95 anos, foi lamentada em todo o Brasil. Entre os que prestaram homenagem ao autor de poemas como “os Estatutos do homem (Ato Institucional Permanente)"), escrito logo após o golpe militar de 1964, e de versos como "Faz escuro, mas eu canto, / Porque a manhã vai chegar", está o escritor e biógrafo Fernando Morais.
Mello, conhecido como o “poeta da floresta” por sua defesa da Amazônia, também foi alvo de diversas ameaças de morte após denunciar as atividades ilegais da madeireira holandesa EcoBrasil Holanda-Andirá na região, em 2017.
Principais obras:
Poesia
Silêncio e Palavra, 1951
Narciso Cego, 1952
A Lenda da Rosa, 1956
Faz Escuro, mas eu Canto: porque a manhã vai chegar, 1966
Poesia comprometida com a minha e a tua vida, 1975
Os Estatutos do Homem, 1964
Horóscopo para os que estão Vivos, 1984
Mormaço na Floresta, 1984
Vento Geral – Poesia, 1981
Num Campo de Margaridas, 1986
De uma Vez por Todas, 1996
Cantídio, André Provérbios, 1999
Prosa
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